A quem pense que a idéia é boa, mas é preciso pensar um pouco. Aliás, pensar é algo que os mais apressados não fazem. Então, vamos cumprir nosso papel de olhar sem pressa essas notícias.
Há muito, mas muito tempo que as famílias (boa parte delas) deixaram a responsabilidade sobre o acompanhamento da educação escolar de seus filhos para a própria escola. Não canso de me lembrar da quantidade de episódios acontecidos (e que acontecem ainda mais e com mais frequência hoje) na escola onde trabalhava, em que a ausência dos pais era a motivação para tal.
Hoje, a Secretaria Estadual de Educação do Estado de Goiás, vai pagar um salário mínimo (R$674,00) para um pai ou mãe ou responsável por um aluno, para que este cumpra um papel que a família já deixou pra trás há algum tempo.
Será que pagando os pais irão acompanhar efetivamente os acontecimentos escolares? E se a bolsa-pai-presente atrasar? Eles vão deixar de fazê-lo?
A que ponto chegamos! Pagar para os pais participarem do cotidiano escolar. Pode acreditar, o que não vai faltar é candidato!
O que me assusta é o patrocínio moral do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que ao invés de trabalhar para que o governador do Estado de Goiás pague com dignidade os professores e funcionários das escolas, que interfira nas reformas curriculares que inviabilizam a prática pedagógica de inúmeros professores, e cumpra os compromissos assumidos em greve, o MP-GO apoia uma prática tão inconsequente quanto os programas AMIGO DA ESCOLA da emissora global.
Desresponsabiliza-se esse segmento importante na sociedade e na instituição escola, na medida em que remunera para o cumprimento de uma ação que precisa de paixão, compromisso, ética e interesse social.
Tenho plena clareza que paixão, compromisso, ética e interesse social não são criados com R$674,00.
De onde vem essas idéias mirabolantes?
De onde vem essas idéias mirabolantes?
Tenho minhas dúvidas e reservas e lanço minha crítica ao público.
Se houver outras questões (e há) a serem colocadas, lancem nos comentários.
Abraços