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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Carta aberta do coletivo ESEFFEGO/UEG sobre o controle antidemocrático exercido pelo governo do Estado de Goiás.

Olá pessoal

querid@s que tem nos dado a honra do seu clique!!!
Estamos compartilhando uma carta escrita por um coletivo de educadores e estudantes da ESEFFEGO/UEG/GOIÂNIA. Acreditamos que não é necessário comentar nada.

Leia e construa seu entendimento. Pensando Freireanamente, Pensar Certo é uma necessidade dos educadores nesses tempos para fazer qualquer transformação bos rumos do caos que se avizinha.


Sobre o controle antidemocrático exercido na UEG, campus ESEFFEGO.
Houve, no ano passado (2017), eleições para diretores nos campus da Universidade Estadual de Goiás. A ESEFFEGO, unidade conhecida por ser combatente e de luta, não teve seu processo de votação respeitado, tendo o Governador Marconi Perillo nomeado o candidato derrotado para direção.
Fonte foto: https://www.instagram.com/p/BeUC-l6FL7Y/
Interessante notar que em debate gravado entre os candidatos da instituição, TODOS os três candidatos se compromissaram, frente à comunidade acadêmica, a NÃO ACEITAREM A NOMEAÇÃO CASO NÃO FOSSEM RESPALDADOS PELOS VOTOS DAQUELE PLEITO. Infelizmente, não foi o que aconteceu.
Após publicação da nomeação do candidato derrotado, professor Marcus Jary, houve a convocação de uma Congregação extraordinária em dezembro de 2017 para discutir a situação autoritária de intervenção no campus. Nesta reunião, o referido professor, motivo do encontro, não compareceu nem enviou justificativa.
A partir desta situação, descrevo sucintamente o que foi decidido:

A comunidade acadêmica repudiou a falta, sem justificativa, do professor Marcus Jary na Congregação, haja vista, que os professores Renato Spada e Wilmont Moura estavam presentes e dispostos para quaisquer esclarecimentos referentes ao processo eleitoral. Os presentes clamaram por um posicionamento do professor supracitado (indicado pelo Governador segundo DOE-GO de 05 de dezembro de 2017) e aguardaram o espaço institucional para essa ação.
  1. A comunidade acadêmica rejeita a postura da Reitoria e do Governo do Estado de Goiás em manter a lista tríplice e a prerrogativa Legal (Governador) em nomear o representante máximo da unidade universitária (seja ela qual for);
  2. Diante dos acontecimentos a comunidade acadêmica, em proposta única, votou por unanimidade (zero contrários e zero abstenções) pela paralisação do campus, por tempo indeterminado, até o professor nomeado pelo Governador do Estado de Goiás decline da decisão e o governador retroceda em sua ação e publique em DOEGO o professor eleito pela comunidade acadêmica.
Após esta Congregação, o candidato derrotado convocou nova Congregação, tentando discutir o Calendário de reposição. Foram levantadas Questões de Ordem procurando questionar a discussão, uma vez que precisaríamos, em primeiro lugar, discutir a volta ou não às atividades. Mais uma vez a Congregação votou a continuidade da paralização.
Neste sentido, nós, professores e alunos da ESEFFEGO/UEG, conclamamos à renúncia do referido candidato triplamente derrotado (uma eleição e duas Congregações) ou à desistência da nomeação por parte da Reitoria e do Governador, mantendo o direito da comunidade de eleger seu próprio representante de forma direta e democrática.
Ainda sobre o processo seletivo dentro da instituição, ressalta-se ainda nosso posicionamento contra todo e qualquer tipo de desrespeito à democracia, sendo a lista tríplice uma forma de nomeação autoritária. Posicionamo-nos também contrariamente à disparidade dos votos nas eleições para diretor, sendo o corpo técnico administrativo um total de representatividade de 15%, alunos 15% e professores 70%: defendemos o voto igualitário entre todos os envolvidos com a instituição.

Sendo assim, assinam esta carta: André Seabra; Bárbara Andressa Mendonça de Rocha Mesquita; Cleber de Souza Carvalho; Elizete Resende; Gabriel Bungenstab; Jeferson Moreira dos Santos; João Martins Vieira Neto; Kelly Cristiny Martins Evangelhista; Made Júnior Miranda; Marília Teodoro de Leles; Orley Olavo Filemon; Paulo Veloso Ventura; Reigler Pedroza; Renata Linhares; Renato Spada; Rodrigo Roncato; Rosirene Campelo; Ruy Guilherme; Tiago Onofre; Vicente Dalla Dea; Wilmont de Moura Martins; Centro Acadêmico de Educação Física.

E assinam também a carta os seguintes nomes:

- Luiz Delmar da Costa Lima;
- Veridiana Mota Moreira Lima;
- Eliene Nunes;
- Lilian Brandão Bandeira;
- Álcio Crisóstomo;

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

ANPED - Carta Aberta sobre avaliação em larga escala de habilidades não cognitivas de crianças e jovens

CARTA ABERTA À COMUNIDADE ACADÊMICA E AOS REPRESENTANTES DE SECRETARIAS E ÓRGÃO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA DE HABILIDADES NÃO COGNITIVAS DE CRIANÇAS E JOVENS

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) vem manifestar seu repúdio à adoção e a institucionalização de uma avaliação em larga escala de habilidades não cognitivas de crianças e jovens, no âmbito de iniciativas de avaliação em larga escala em curso no Brasil.
Trata-se de rejeitar a adoção, como política pública, do programa de medição de competências socioemocionais, denominado SENNA (Social and Emotional or Non- cognitive Nationwide Assessment), produto de iniciativa do Instituto Ayrton Senna em parceria com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Essa perspectiva está colocada na medida em que se tem a presença do Ministério da Educação (MEC) apoiando a realização de seminários em que tal proposta foi divulgada, além de parceria firmada entre Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao MEC, e o Instituto Ayrton Senna (IAS) para a criação do Programa de Formação de Pesquisadores e Professores no Campo das Competências Socioemocionais.
A consideração de que o desenvolvimento de crianças e jovens extrapola a dimensão cognitiva e o reconhecimento de que no contexto escolar são trabalhadas atitudes e valores - fato esse reconhecido e trabalhado pelos profissionais da educação há muito tempo nos currículos e nas escolas - não autorizam a proposição de tomar aspectos relativos ao desenvolvimento socioemocional dos estudantes como objeto de avaliação em larga escala.
As ações e estratégias que balizam as políticas e, consequentemente os exames, não são neutras nem destituídas de valores, mas correspondem e apontam para um ideal de sociedade que precisa ser democraticamente debatido. As questões da avaliação são questões de currículo e, portanto, uma arena política, ideológica, cultural e de poder.
No campo da psicologia, características socioemocionais costumam ser tratadas como "traços de personalidade" ou "traços de caráter". Na área da educação tem-se observado certa variação terminológica, na medida em que há estudos em que é adotada a expressão "características socioemocionais" e outros, que ao se apropriarem de expressões mais recorrentemente empregadas pelos economistas, tais como "competências socioemocionais" ou "habilidades socioemocionais" têm preferido o emprego de “habilidades não cognitivas”. Essas distinções são necessárias para situar que campo de conhecimento está balizando a proposição de testes.
Outra consideração importante diz respeito ao histórico da ANPEd na luta pela educação pública e democrática. E, nesse sentido, questiona-se o que significa uma instituição privada definir o “conteúdo da educação” por meio de avaliações. No Brasil, por um lado, avançamos no acesso à educação, mas, por outro, há um avanço da privatização do público e da naturalização das perdas da democratização da educação.
Com base nessas considerações pondera-se que:
- as dimensões política e ideológica são constitutivas da avaliação, ou seja, é uma atividade que traz inerente às suas finalidades e procedimentos a afirmação de valores, que representam projetos educacionais e sociais. Que valores são afirmados por meio dessas avaliações? A quem cabe defini-los?
- o estabelecimento de uma hierarquia valorativa, pretensamente universal e imparcial, expressa a desconsideração da desigualdade social econômica e a diversidade cultural da sociedade brasileira, bem como as diferenças entre os sujeitos, o que possivelmente representa a naturalização de valores oriundos das classes mais favorecidas socioeconomicamente. O que se busca é a padronização desses valores?
- as avaliações em larga escala vêm se constituindo como uma das principais estratégias de consecução de uma lógica de gestão da educação que, em nome da promoção do desenvolvimento dos alunos, recorre à comparação de seus níveis de proficiência e à sua classificação e premiação. O que poderá resultar da avaliação de habilidades socioemocionais: premiação daqueles alunos que se conformarem aos valores estabelecidos? Segregação e discriminação daqueles que não apresentam as habilidades tomadas como as necessárias para uma sociedade “melhor”? Quem decide sobre qual é a “melhor sociedade” são os elaboradores dos itens dos testes?
- é conhecido o potencial que avaliações externas à escola, em larga escala, de condicionarem e conformarem o currículo escolar. O que teremos agora: a intensificação e ampliação desse controle e conformação, abarcando um quadro disciplinar de competências socioemocionais tidas como desejáveis?
- corre-se o risco de rotular e estigmatizar crianças e jovens por não se saírem bem nos testes socioemocionais, culpabilizando-os pelo fracasso, abstraindo fatores contextuais, sejam suas condições de escolarização, seja capital econômico, social e cultural. Em consequência, não se estaria afirmando preconceitos a respeito de determinados estudantes?
- O desenvolvimento socioemocional ou socioafetivo é, assim como o cognitivo, um processo de construção do sujeito, intermediado por questões sociais, culturais, ambientais que não pode ser medido por meio de itens de testes de larga escala. O que se intenta é torná-lo mensurável e quantificável para apoiar classificações?
Em conclusão, a Anped considera inadequada e inaceitável a adoção de uma avaliação em larga escala de habilidades socioemocionais de crianças e jovens, no âmbito de iniciativas de avaliação em larga escala da Educação Básica, uma vez que poderá vir a reforçar a seletividade e exclusão, escolar e social.
Rio de Janeiro, 06 de novembro de 2014.

Maria Margarida Machado Presidente da ANPEd 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Carta Aberta à Comunidade Acadêmica Brasileira

Olá pessoal,

O blog posta mais essa carta aberta à comunidade acadêmica, pois as razões que levam ao afastamento deste professor da coordenação do departamento de documentação, me parece ser a mesma que em outras instituições e outros colegas se vêem prejudicados. A força tratoral daqueles que ignoram o lugar e a importância das ciências humanas no conjunto da Universidade. Em face de mais esse episódio, vamos colecionando uma série de fatos extremamente desanimadores... mas isso não significa rendição. Aguardem!

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Comunicado do Prof. Antonio Celso Ferreira: carta aberta a toda comunidade - 11/09/14
Carta aberta aos estudantes, professores, servidores, pesquisadores, apoiadores do Cedem/Unesp e a toda a comunidade universitária

            Deixo hoje, 11/09/2014, a coordenação do Centro de Documentação e Memória da Unesp, função que ocupei desde fevereiro de 2011 e que me trouxe grande satisfação, apesar das contínuas dificuldades que eu e minha pequena equipe enfrentamos nesse período à testa desse importante órgão de preservação da memória da universidade e da memória social. O resultado desse trabalho, ainda que sumário, pode ser conferido na edição de setembro de 2014 do Jornal Unesp, encontrado tanto na forma impressa quanto na eletrônica (www.unesp.br). Outras informações sobre as atividades desenvolvidas constam também da página do próprio centro (www.cedem.unesp.br), por nós recriada em 2011 e que a duras penas tentamos manter, quase amadoristicamente, uma vez que o centro não tem em seus quadros um profissional especializado para essa função. Outros relatórios da gestão podem também ser obtidos junto ao Cedem, já que são públicos.
            A marca principal da nossa gestão foi a reorganização do Cedem que, em seus mais de vinte anos de vida, ainda enfrenta sérios obstáculos para a consecução dos seus objetivos. Reformamos as suas instalações, reorganizamos seu acervo e avançamos na digitalização da documentação que se encontra sobre sua guarda. Nosso propósito para o próximo ano seria tornar disponíveis as fontes digitalizadas através de um novo Sistema Eletrônico de Gestão dos Acervos Permanentes, especialmente criado para essa finalidade, já concluído e pronto para receber a migração dos dados armazenados no antigo banco eletrônico, ainda em vigor apesar de tecnicamente obsoleto. Pretendíamos, a partir da implantação do novo Sistema, conectar o Cedem com os demais centros de documentação e memória da Unesp, de modo a contribuir para a pesquisa em toda a universidade nas diversas áreas das Ciências Humanas, bem como em áreas transdisciplinares.
            Durante nosso período de gestão também procuramos difundir o conhecimento produzido na universidade a públicos amplos nos já afamados "Debates Cedem", que sempre contaram com significativa audiência. Organizamos mesas de debates sobre temas candentes e atuais, registramos em vídeo todas as palestras e, na medida do possível - considerando-se a precariedade dos nossos meios - procuramos divulga-los na blogosfera para estudantes, profissionais e os cidadãos em geral.
            Fui coordenador designado em função de confiança pelo Reitor, de acordo com as disposições institucionais que vinculam o Cedem à Vice-Reitoria da Unesp. Compreendo perfeitamente que cargos dessa natureza são transitórios e que se deve respeitar a decisão da autoridade que os nomeia. Da minha parte, busquei sempre corresponder à confiança em mim depositada pelo Reitor, por isso tenho a consciência tranquila quanto ao que realizei durante minha gestão. Sou, antes de tudo, professor e intelectual, pronto agora a me dedicar com mais tempo e fôlego à pesquisa, à orientação de pós-graduandos e à docência, razão de ser da profissão que escolhi.
              Não posso deixar de lamentar, contudo, o modo como se deu meu desligamento da função, que credito a dois fatores: - a incompreensão da importância do Cedem por parte das atuais autoridades universitárias, cuja visão restritamente gerencial e tecnocrática da universidade, impede a elaboração de projetos estratégicos voltados especialmente para as Ciências Humanas; - as pressões de alguns professores que, em sua ânsia pela ocupação de espaços políticos na universidade, invadem e atropelam lugares institucionais, movidos por interesses de grupos e partidos políticos, comprometendo a natureza pública da instituição. Debilitada pelos seus próprios erros e pela ausência de projetos estratégicos para a universidade, numa conjuntura de grave crise institucional, a atual gestão reitoral da Unesp preferiu ceder às pressões desses grupos, na esperança de acalmar os descontentes entregando-lhes os anéis para preservar os dedos. Faço votos de que a missão do Cedem não seja comprometida por decisões apressadas e que a memória social, sob a guarda desse órgão público, seja preservada daqueles que a querem privatizar em nome de um passado imaginário do qual não conseguem se desprender.

São Paulo, 11 de setembro de 2014

Antonio Celso Ferreira
Professor Titular de História do Brasil da FCL, Assis, Unesp

domingo, 30 de setembro de 2012

Carta aberta ao Conar - no ponto certo

Não deu para resistir e trouxe na íntegra a carta aberta ao Conar, publicada no Infância Livre de Consumismo.


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Carta aberta ao Conar - A melhor piada da propaganda*

Publicitários, ouvimos falar que os senhores reclamaram que estão sendo vítimas de bullying.
Sabemos que as piadas fazem sucesso na publicidade, mas desta vez não deu pra rir.
Bullying sofremos nós, seres humanos comuns, ao sermos ameaçados de ficar invisíveis se não comprarmos o carro da marca que vocês anunciam.
Bullying é ser mãe e ter que engolir muda o desaforo de ser chamada de Coca-Cola em rede nacional, como se esse fosse o mais supremo dos elogios.
Bullying é sermos obrigados a ter axilas claras e hidratadas, cabelos sempre lisos e sedosos e um corpo que não exala odor por 48 horas.
Bullying é sermos convencidos de que só podemos sair às ruas com proteção. Solar, antibactericida e contra insetos.
Bullying é ter que consumir bebida alcoólica para ser da turma, pegar mulheres e curtir a balada.
Bullying é aprendermos desde criança que só beija quem tem dentes brancos, brilhantes e hálito american fresh power plus.
Bullying é ter que engolir comida de isopor para ganhar um brinquedinho.
Bullying é sermos obrigados a fingir que acreditamos que os bancos são nossos melhores amigos.
Bullying é nos barrarem no treino se não estivermos barbeados com três lâminas que fazem tcha tcha tchum.
Bullying foi ter aguentado, durante décadas, grandalhões dizendo que inalar fumaça e soprá-la na cara dos outros era uma decisão inteligente.
Bullying é rirem da lancheira dos nossos filhos porque nela não entra bolacha recheada, refrigerante, pseudosuco ou salgadinho de milho trânsgênico.
Bullying é ficar gordinho, ter pressão alta, colesterol e pré-diabetes porque ninguém conta pra nossa mãe que aquilo que ela vê na TV pode ser prático, mas também pode fazer mal.
Bullying é nos passarem a cola errada e nos fazerem confundir azeite de oliva com maionese industrializada.
Para terminar, bullying é sacanear os pares. E nunca fomos pares para os senhores.
Portanto, façam um favor a si próprios: não saiam por aí chamando a tia e vertendo lágrimas de crocodilo porque ninguém acredita na sua choradeira.
Argumentem, defendam seus interesses, mas poupem-se do ridículo.
*Post publicado originalmente no Ombudsmãe